quarta-feira, 29 de julho de 2009

olhos de gato numa noite aleatória.

mais um começo de noite de sábado em são paulo... ainda não passa da meia noite, mas decerto são mais de 23 horas.
meu guri ainda não chegou ao bar, mas até meia noite e meia ainda há tempo... enquanto isso, me distraio com minha vodka gelada com limão espremido, meu cigarro (que apesar de fraco, atrai o olhar irritado do bartender) e um par de olhos de gato que não param de me observar.
o dono dos felinos olhos cor-de-mel, astutos e enigmáticos, é um rapaz pouco acima dos 20 anos, de cabelos ondulados, castanho-acinzentados, caindo parcialmente sobre o rosto, até pouco acima de seus ombros largos. encontra-se semi-oculto pelas sombras no canto do ambiente, na ponta oposta à minha no balcão e sua aparência me fascina. seu rosto é oval; os lábios, sensuais e rubros; o nariz, fino e um tanto aquilino; a pele é alva como alabastro e macia como veludo e há algo nele que lhe dá uma aparência entre irreal e irresistível, sem que eu consiga me decidir por qual.
ele termina seu drink vermelho-vivo, que suponho acertadamente como sendo um bloody mary, quase ao mesmo tempo que termino minha vodka. ele me sorri, malicioso e sedutor, e após alguns sussurros trocados com o bartender, me vejo diante de outra vodka, "oferecida pelo senhor na outra ponta do balcão". retribuo o sorriso e aprecio lentamente minha bebida, trocando ocasionalmente olhares com o gentil rapaz.
analiso-o mais detalhadamente, prestando atenção em seu longo pescoço, no peitoral definido e sem pêlos visíveis, que se sobressai dentro da camisa pouco-abotoada de um cinza claro que veste. é magro, porém a musculatura definitivamente não pertence à alguém sedentário. quando ele levanta-se para colocar créditos na juke-box, posso ver suas grossas e compridas pernas, formando um conjunto onírico com sua cintura fina e ombros largos. definitivamente, o rapaz de olhos de gato faz o meu tipo.
a voz sexy de jim morrison então enche o ambiente, de um instante para o outro. people are strange é a primeira música. dou a última tragada no cigarro e começo a dançar, esquecida do mundo, e de quem quisesse olhar. de uns tempos para cá, vergonha deixou de ser problema... acho que o palco é a melhor terapia para resolver inibições... olho para ele e o vejo virando sua bebida de uma vez só. ainda tenho meia hora até meu garoto chegar... me dirijo ao banheiro do bar, chamando-o discretamente com um meneio de cabeça.
não tenho que esperar muito, até que ele dê uma ligeira batida na porta do banheiro. checo rapidamente se ninguém nos vê e o puxo para dentro. não lhe dou tempo para perguntas, calando-o logo com um beijo...
como ele é bem mais alto que eu, faço-o sentar-se sobre a tampa do vaso sanitário, puxando-o pelos cabelos desgrenhados e macios, e sento-me em seu colo.
tenho ganas de lhe rasgar a camisa, mas me contento em deixar a marca de minhas unhas afiadas em suas lindas costas lisas...
me divirto em sentir-lhe o gosto da pele, saborear seus suspiros desritmados, sua carne tão branca como que implorando pelas marcas de meus dentes...
a música parece mais alta, lá fora, enquanto suas grandes mãos macias percorrem meu corpo, querendo conhecê-lo por inteiro, em tão pouco tempo. mal percebo quando ele abre meu corset com os dentes, quero levar comigo um pouco de sua pele, de seu sangue...
ele me ergue de modo que minhas costas se apóiem na porta, enquanto me equilibro apoiando as pernas na tampa do vaso. sua boca, sedenta, aventura-se por entre minhas coxas, parecendo achar seu lugar em meu recôndito escuro, quente e úmido... e então, gloria começa a tocar, e me deixo ser usada por aquele a quem uso sem que ele sequer imagine, alcançando meu prazer sozinha, alcançando as mais distantes galáxias, pouco me importando com o que ele possa estar sentindo, ou melhor dizendo, totalmente fora de condição de pensar em qualquer outra coisa além de meu próprio orgasmo.
enfim, exausta e satisfeita, desço de meu estranho pedestal, me recomponho e mando-o esperar ali por mais 5 minutos, para que ninguém suspeite de coisa alguma.
retoco meu batom vermelho rapidamente, volto ao bar, pago minha bebida e saio, exatamente no momento que meu guri desce de sua reluzente moto negra para buscar-me e levar-me ao show de minha própria banda... dou-lhe um beijo frouxo, subimos na moto e partimos, logo após eu acender meu cigarro.
o que aconteceu com o rapaz dos olhos de gato? que me importa? foi bom enquanto durou.

[minha primeira tentativa de narrativa mais explícita, fruto de uma noite insone e uma azia de matar... espero que não esteja muito ruim...>_<'
by: sumire]

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